segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Esclarecimento aos apoiadores da educação.

Não gosto muito de misturar as coisas do trabalho com as do dia-a-dia, mas tendo em vista que o Governo Estadual obrigou as escolas a enviarem aos pais esta carta transcrita abaixo, sinto a necessidade de publicar essa mensagem que recebi de colegas antenados, explicando o que realmente acontece na vida do professor da E. E. Nossa Senhora de Lourdes e da Escola de Educação Especial Renascer, aqui em Maria da Fé. Faço isso pois sei que muito leitores deste blog acompanham de certa forma o que ocorreu com os servidores da educação no ano passado.

Embora muitas "verdades manipuladas" tenham sido publicadas por parte do governo, embora estejamos sofrendo ataques por parte de servidores municipais e de pais que foram ludibriados pelo poder municipal de maneira tão estúpida, nós estamos iniciando mais um ano letivo com o mesmo amor, dedicação e garra de sempre.

A Escola Nossa Senhora de Lourdes está sob nova direção, estamos abertos para receber sugestões, críticas construtivas e também elogios (porquê não?). Como já disse em outra postagem, conheça a escola e contribua para o seu melhor funcionamento, agindo assim você terá a propriedade de criticá-la com razão, se nada mudar.

Peço que leiam com atenção o que segue.

O governo preparou uma carta para os pais ou responsáveis pelos estudantes. E obviamente que nós devemos dar a nossa versão sobre as afirmações do governo. Assim, vamos comentar o texto da carta do governo. A fonte cinza, é do texto do governo; a fonte vermelha, é o nosso comentário. Vamos lá?

Belo Horizonte, 28 de dezembro de 2011

Cara Mãe, Pai ou Responsável,


É com alegria que nos dirigimos a vocês no inicio desse novo ano escolar. Temos muitas boas notícias para dividir com vocês.


Comentário: Com alegria? Boas notícias? Hummm, vamos saber os motivos desta euforia toda do governo.

No final do ano passado, avaliação realizada em todo o Estado comprovou que continua aumentando o número de crianças mineiras que leem e escrevem corretamente aos oito anos de idade. Já são 88,9% os alunos que dominam a leitura e a escrita. Este é um número muito bom. Mas só estaremos felizes quando atingirmos a meta de 100%. E os alunos mais velhos das escolas públicas de Minas continuam sendo avaliados nas primeiras posições nos exames nacionais.

Comentário: não dá para levar a sério estes resultados estatísticos do governo. Um número muito expressivo de alunos, quando chega nos anos finais do ensino fundamental, mal sabe ler ou escrever. E a culpa não é dos alunos. É do sistema, e dos governos, como o de Minas Gerais, que não investe adequadamente na Educação pública, na formação continuada do professor, na valorização dos profissionais da Educação, e nas condições adequadas de trabalho. Fazem muita propaganda, mas investem pouco na Educação e nas demais áreas sociais.

Tudo isso mostra o esforço dos professores, da comunidade escolar e, é claro, de nossos alunos e de seus familiares.

Comentário: os professores e demais educadores de fato se esforçam muito, mas se encontram desmotivados por conta das políticas deste governo, que corta direitos e não aplica as leis voltadas para a valorização dos profissionais da Educação.

Queremos ainda prestar alguns esclarecimentos sobre as paralisações de professores que ocorreram nos últimos anos e que, infelizmente, por mais que tenhamos tentado evitar, trouxeram transtornos não somente para o aprendizado dos alunos, mas, também, para a rotina familiar. Infelizmente, muitas informações falsas foram divulgadas sobre as razões que levaram às paralisações.

Comentário: O único ou principal culpado pela realização das greves tem sido o próprio governo, que aplicou uma política de arrocho salarial contra os educadores, cortou e reduziu os nossos salários, e fez aprovar uma lei estadual que destrói o plano de carreira dos profissionais da Educação de Minas. Ao invés de cumprir a lei federal 11.738/2008 e pagar o piso salarial nacional para os profissionais do magistério, o governo burlou a lei e alterou as regras do jogo para não investir o que a lei mandava investir. Por isso realizamos a greve: para cobrar um direito constitucional, que o governo se recusou e se recusa a cumprir, causando sérios prejuízos aos profissionais da Educação e aos alunos e pais de alunos, que são vítimas, também, da política do governo. Se tivesse cumprido a lei, não haveria greve. O governo foi, portanto, o principal responsável pelas paralisações.

Mas, compreendendo que a realidade da escola interessa a toda a sociedade, tomamos a liberdade de dividir com vocês algumas informações sobre o esforço que vem sendo feito pelo governo do Estado para melhorar a remuneração dos professores de Minas.

No final de 2011, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto que cria um novo modelo de remuneração para os profissionais da educação, e garante vantagens para o professor e para a sociedade. O modelo assegura que todos os profissionais que têm direito ao piso nacional recebam salários acima do que é estabelecido pelo Ministério da Educação. Os professores da rede estadual de ensino com licenciatura plena ganham, no mínimo, R$ 1.320,00 para uma jornada de 24 horas semanais. A Lei do Piso Salarial Nacional estabelece o piso de R$1.187,00 para 40 horas semanais e define a proporcionalidade conforme a jornada de trabalho, por isso o valor pago aos professores em Minas é, proporcionalmente, 85% superior ao piso nacional.

Comentário: nesta passagem do texto, o governo falta com a verdade do começo ao fim. Vamos analisar ponto por ponto: a) o governo diz que a ALMG votou uma lei que trouxe vantagens para os professores com direito ao piso. Mentira. A Lei aprovada pelo legislativo de Minas criou o subsídio (remuneração total), que retira vantagens, confiscando os direitos adquiridos pelos professores, como quinquênios, biênios, pó de giz, entre outras gratificações. Além disso, o governo reduziu os percentuais de promoção (de 22% para 10%) que ocorre a cada cinco anos, e de progressão na carreira (de 3% para 2,5%), que ocorre a cada dois anos. Como se não bastasse, a referida lei congelou a carreira dos educadores até 2016, cancelando qualquer avanço na carreira; b) o governo diz ainda que paga, através desta lei estadual, um valor acima do que manda a Lei do Piso, chegando a citar um espalhafatoso índice de 85% a mais do que manda a lei federal. Contudo, a realidade é outra, e faz-se necessário explicar resumidamente o que é o piso salarial e o que o governo fez para não pagá-lo aos profissionais de Minas.

Vamos começar dizendo que o governo desinforma a população sobre os conceitos de piso e subsídio. Piso é vencimento básico, enquanto subsídio é soma total de salário, remuneração total. Logo, não se pode comparar estes dois conceitos, como grosseiramente faz o governo, usando de má fé, inclusive, já que as pessoas não envolvidas desconhecem essa realidade.

O piso salarial nacional dos profissionais do magistério consta da Constituição Federal, aprovada em 1988. Vinte anos depois, em 2008, o inciso VIII do artigo 206 da Carta Magna, que previa a criação do piso, foi regulamentado e instituído pela lei federal 11.738/2008. Esta lei estabelece claramente que: 1) o piso é o salário inicial, vencimento básico,sobre o qual devem ser aplicadas as gratificações adquiridas pelos educadores. O que fez o governo de Minas, espertamente? Ao invés de adaptar o vencimento básico existente no estado - que é o pior do Brasil -, ao valor do piso salarial nacional, e sobre este novo valor aplicar as gratificações,o governo simplesmente somou o vencimento básico e as gratificações e disse que este valor somado é maior do que o valor do piso. Ou seja, o governo aplicou um calote nos educadores de Minas.

É como se você, caro pai ou mãe de aluno, recebesse um salário de R$ 500,00 como vencimento básico, e tivesse direito a uma gratificação de 30% sobre este vencimento básico, num total de R$ 650,00. Mas aí, imagine-se, nesta nossa suposição, que uma lei federal tivesse exigido que você recebesse pelo menos R$ 600,00 de vencimento básico. O que deveria acontecer? O correto seria que lhe pagassem os R$ 600,00 de vencimento básico e aplicassem os 30% de gratificação sobre este novo vencimento, resultando em R$ 780,00. Contudo, imaginem então, senhores pais, que os seus patrões, ao invés de cumprir a lei, tivessem somado o seu vencimento de R$ 500,00 com a gratificação de 30% a que você teria direito (R$ 150,00) e dissesse que você, com esta soma (R$ 650,00), estaria ganhando até mais do que manda a lei? Foi exatamente isso o que fez o governo de Minas conosco. E isso nos causou sérios prejuízos. Os professores de Minas tiveram perdas mensais entre R$ 300,00 e 3.000,00 por conta dessa mágica feita pelo governo de Minas.

Aliás, cinco governadores questionaram a Lei do Piso junto ao STF, reivindicando o direito de pagar o piso enquanto remuneração total, e não enquanto vencimento básico. O STF, em abril de 2011, rejeitou esta tese, reafirmando que o piso dos educadores é vencimento básico, e não remuneração total. Mas, o governo de Minas, descumprindo a lei federal e desobedecendo a decisão do STF, somou o vencimento básico com as gratificações, transformando-os emremuneração total, e com isso escapou de pagar o piso, que é direito dos educadores, e ainda se dá ao luxo de dizer que paga até mais do que o piso, o que é um absurdo.

Esta vergonhosa manobra, que contou com o apoio de 51 deputados da base do governo, praticamente descaracterizou a lei federal do piso dos professores. A lei federal, que fora criada para valorizar o educador e proporcionar um ensino de qualidade, foi burlada, e quem perde com isso é toda a sociedade. Com este golpe, o governo economizou dinheiro que seria da Educação para aplicar os recursos em outras áreas de interesse do governo. Talvez em obras faraônicas, ou na Copa de 2014, ou em rodovias, ou em juros de bancos, ou em altos salários para os muitos assessores da alta esfera do governo.

E começará a ser implantado este ano o sistema de um terço da jornada semanal dos professores para atividades fora da classe, como, por exemplo, a preparação das aulas. Além disso, o novo modelo preserva os direitos adquiridos pelos professores e incorpora alguns que eram perdidos em caso de aposentadoria ou licença, como a gratificação de incentivo à docência, o chamado “pó de giz”.

Comentário: o terço de tempo extraclasse é uma conquista legal dos trabalhadores, que até o momento o governo de Minas não aplicou. Quanto ao pó de giz, trata-se de uma gratificação que é paga para o professor quando ele está em regência de turma - e é retirada quando ele sai de sala, seja para aposentadoria ou em licença médica. O governo poderia manter esta gratificação sem precisar destruir toda a carreira dos educadores, como fez.

O novo modelo também é bom para a sociedade porque agora a remuneração do professor fica mais transparente, mais fácil de ser conhecida.

Comentário: essa é outra grande inverdade. A remuneração dos professores era super transparente, sendo composta de um salário inicial (vencimento básico) e de gratificações que o profissional de carreira adquiria na sua vida profissional, como o quinquênio (10% sobre o salário inicial a cada cinco anos de serviço prestado), o biênio (5% a cada dois anos), pó de giz (gratificação de 20% para o professor em sala de aula), entre outras. A nova política remuneratória do governo é que não tem nenhuma transparência. Nela, o governo criou uma tabela fictícia, que servirá de base para um cálculo, cujo valor encontrado será parcelado em 4 vezes - uma parcela a cada ano - até completar o valor integral somente em 2015. Na essência, o governo confiscou o tempo de serviço, reduziu os percentuais de promoção e progressão, aboliu as gratificações, e com isso destruiu completamente a carreira dos educadores. Além disso, como se trata de uma remuneração total, o governo de Minas não precisará acompanhar os reajustes anuais do piso salarial nacional. Para se ter uma ideia, enquanto os profissionais da Educação de todo o Brasil terão, agora em janeiro, 22% de reajuste salarial aplicado ao piso nacional, os educadores de Minas terão apenas 5% de reajuste em abril de 2012.

Mas isso é apenas parte do trabalho que estamos fazendo com um objetivo principal: oferecer a seu filho ou filha a atenção e a educação de qualidade que merece.

Comentário: a realidade é exatamente a oposta da que afirma o governo: ao não pagar piso salarial a que os educadores têm direito; ao cortar e reduzir salários dos trabalhadores da Educação, como o governo fez em 2011, deixando os educadores em situação de total penúria, inclusive com contracheque zero durante dois meses, mesmo após o fim da greve; o governo, na verdade, não aposta numa Educação de qualidade para os alunos e sua família.

Esperamos continuar a contar, como temos contado, com o apoio de todos vocês. Estejam certos de que sua participação na vida escolar de seus filhos é fator decisivo para o bom andamento da formação de cada um deles.

Comentário: os profissionais da Educação de Minas e do Brasil esperam contar com a sua participação sim, mas não para apoiar o governo e seus deputados, que se negam a cumprir a lei e a pagar o piso, mas para que possamos cobrar, juntos, por uma educação de qualidade para todos. Para isso, é preciso que os governos levem a sério a Educação, valorizando o trabalho dos profissionais da Educação, oferecendo cursos de formação continuada, aplicando corretamente os recursos da Educação, investindo mais nas escolas, construindo laboratórios e espaços adequados para a aplicação das políticas pedagógicas, e com isso possibilitando que haja, de fato, um ensino público de qualidade. É importante dizer que, quando o governo deixa de investir corretamente na Educação, ou na saúde, ou na moradia popular, toda a população, principalmente as famílias de baixa renda, é prejudicada. E o governo de Minas, seus deputados e senadores, e a grande imprensa, que é comprada, dão um mau exemplo para os mineiros e para o Brasil. Nós, os educadores, esperamos contar com o seu apoio à luta pela Educação de qualidade e pela valorização do profissional da Educação.

Feliz 2012 a todos!

Secretaria de Estado de Educação

Governo do Estado de Minas Gerais

É isso amigos. Sei a a postagem é longa, mas aqueles que tiveram a paciência de ler e entenderam a situação vão concordar que o mesmo acontece aqui, no governo municipal. O poder esta tomando conta da vida dos brasileiro implantando uma ditadura discreta, bem disfarçada de democracia. Como podemos nos calar diante de tudo isso?



 

domingo, 29 de janeiro de 2012

Estou de volta, Com revolta...

Se você pensou que eu fui embora, eu enganei você. Fingi que eu fui mas eu voltei. Olha eu aqui outra vez!

Fiquei vários meses só acompanhando os acontecimentos, esperando para ver o desdobramentos das decisões que foram tomadas e, olha só, parece que estamos piores do que quando eu fiz minha última postagem. Que pena...

Em relação a toda essa questão da extensão de turmas pela prefeitura - 6º e 7º anos - tem uma coisa que poucos se deram conta até o momento - principalmente aqueles que criticam implacavelmente o Ginásio. Quando terminarem o Ensino Fundamental, a maioria dos alunos vai estudar onde? NO GINÁSIO, pois a prefeitura, por força da lei, não deve assumir o ensino médio e a maioria da população não dispõe de recursos para matricular seus filhos em uma escola particular. Então, ao invés de criticar a escola, que tal contribuir com a sua melhoria? Pense nisso.

Égua Subversiva



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Para gente se alinhar

Na administração pública, controlar significa verificar se a realização de uma determinada atividade não se desvia dos objetivos ou das normas e princípio que a regem. Ou seja, examinar se a atividade governamental atendeu à finalidade pública, à legislação e aos princípios básicos aplicáveis ao setor público.

A ação do Poder Legislativo municipal na fiscalização dos gastos públicos é fundamental para garantir que a sua aplicação esteja de acordo com os interesses coletivos.

O vereador é membro do Poder Legislativo do município. Nessa condição, ele desempenha, como funções típicas, as tarefas de legislar e de exercer o controle externo do Poder Executivo, isto é, da Prefeitura. É função do vereador, avaliar permanentemente a gestão e as ações do Prefeito.

A função legislativa consiste em elaborar, apreciar, alterar ou revogar as leis de interesse para a vida do município. Essas leis podem ter origem na própria Câmara ou resultar de projetos de iniciativa do Prefeito, ou da própria sociedade, através da iniciativa popular.

É importante salientar que o vereador quando controla a atuação do gestor público municipal está, na verdade, cumprindo uma obrigação fixada pelo texto da Constituição Federal Brasileira de 1988, a qual estabelece em seu Art. 31 que a fiscalização será exercida pelo Poder Legislativo municipal, mediante controle interno, contemplando, por exemplo, aspectos inerentes à gestão patrimonial, aos recursos humanos, às atividades financeiras, às questões orçamentárias, às contratações realizadas, aos resultados alcançados.

Quantos de nós já concorreram para cargos oferecidos por empresas privadas ou públicas, descrevendo nossa formação escolar, nossas habilidades administrativas, técnicas, nossas experiências anteriores e tantas outras exigências compatíveis com a função pretendida.

Quantos de nós já se submeteram as provas de avaliação das normas gramaticais, redação, conhecimentos gerais, matemática, digitação de textos e outros mais. E ainda as entrevistas individuais captando a sua conexão com o mundo, se você é “antenado”, comprometido com as questões ambientais, por exemplo. As vivências em grupo, testando exaustivamente sua conduta diante de simulações que exigem iniciativas, desempenho, desenvolturas de finalização.

Para qualquer cargo pretendido, seja ele qual for, existe um dispositivo de avaliação. Não basta decidir ser uma faxineira, uma cozinheira, um ajudante geral, uma copeira, uma camareira. Todos exigem habilidades, competências.

O ENEM, mesmo com as dificuldades estruturais detectadas é um dispositivo fundamental para direcionar oportunidades àqueles estudantes que querem melhorias na vida profissional.

Agora percebam a gravidade do que vemos em nossa volta. O que exatamente vemos: abandono do Poder Público? Qual foi mesmo o “dispositivo de avaliação” utilizado para empossar estes senhores nos cargos públicos, disponíveis na época?

É preciso urgente acionar justos dispositivos de avaliação. A angústia, a revolta de muitos aos descuidos, aos descasos com o Município, refletem nenhuma habilidade, nenhuma competência. Chega de lobos famintos nos corredores.

Corredores da justiça pintados de verde
Dinheiro manda
Lobos poderosos cercam sua porta
Ouça-os rastejando
Em breve você irá satisfazer a fome deles
Eles devoram
O martelo da justiça te esmaga
Abuso de poder
(And justice for all – Metallica)

Égua da Terra

Fonte: Cartilha da CONTROLADORIA GERAL DA UNIÃO CGU



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Vereadores, Sabedoria Grega e Economia

A sabedoria grega diz que “um homem nunca atravessa um mesmo rio duas vezes. O rio não é mais o mesmo. O homem não é mais o mesmo”. Acho que depois de ter visto o que eu vi em Maria da Fé e de ter discutido o que temos discutido nos últimos meses, acredito que eu próprio mudei (mais uma vez). Da mesma forma, posso dizer que “o rio já não é mais o mesmo”.

Considerando que o homem é a medida de todas as coisas, não me permito ver e interpretar o Mundo sem atribuir aos homens sua posição de encaixe em cada intervenção sobre a face da Terra. Talvez seja possível explicar as relações humanas como uma equação matemática. Basta atribuir a cada uma das variáveis envolvidas nessas relações pesos que são maiores ou menores de acordo com o grau de importância de cada variável isoladamente.

Variáveis negativas que eu considero decisivas nessas relações são: vaidade, ganância, soberba, inveja e rancor. Elas são parte do armamentário do ser humano no convívio social. Mas nas cidades pequenas sua importância parece ser potencializada como determinante da vida comum, talvez pelo fato de as pessoas viverem relações mais estreitas, dado o espaço geográfico restrito.

Um exemplo disso é a forma como os representantes de nossa cidade encaram o posicionamento da parcela da população insatisfeita com a seqüência interminável de administrações mal sucedidas. Houve aqueles que tentaram impedir que fossem tiradas fotografias dos infelizes desdobramentos advindos da obra de limpeza do Ribeirão Cambuí, outros dirigiram comentários inoportunos aos que se declaram contrários à conduta política dos atuais governantes. E, como se isso não fosse suficiente, alguns deles insistem em direcionar olhares de repúdio aos que se propõem a exercer sua cidadania.

Não gosto de subestimar as incompatibilidades interpessoais, os graus de inimizade e o histórico de convívio social entre os habitantes, mas acho que isso tudo deveria ser deixado de lado por um motivo razoável: construirmos uma cidade com boa qualidade de vida, melhores índices de escolaridade, políticas sociais concretas e uma economia forte. Contudo, o que vejo são os poderes executivo e legislativo conduzindo uma política administrativa cujas características evidenciam um atraso de no mínimo 40 anos. Continuam a fazê-lo propositalmente, e à revelia de qualquer apelo para que dêem um basta nisso.

Algo inquietante nesse contexto é a saúde da economia do município. É difícil imaginar desenvolvimento econômico em uma cidade de alma agrícola na qual a administração elege o turismo como “carro chefe”. Penso que o turismo deve ser incentivado sim, mas como uma atividade secundária. Mesmo em cidades muito visitadas, que beiram a perfeição arquitetônica e que contam com belezas naturais invejáveis a economia não se restringe ao turismo, mas antes, se presta ao fortalecimento de todos os setores produtivos. O slogan da campanha de Bill Clinton, nas eleições presidenciais de 1992 nos EUA, exprime bem o que eu penso sobre essas coisas. Quando perguntado sobre o que era importante para o futuro da nação, Clinton não hesitava em responder “é a economia, estúpido!”.

Maria da Fé tem problemas crônicos, dentre eles, construções irregulares, pobreza, má conservação das vias e prédios públicos e economia enfraquecida. Parte da responsabilidade por esse estado de coisas é dos vereadores que exercem sucessivos mandatos e que sequer apresentam um projeto relevante ou se manifestam em discussões importantes para o município, sendo capazes de se abster do voto quando apresentar um posicionamento é realmente necessário.

Ás vezes penso que um bom candidato a um cargo público em nossa cidade seria o personagem de desenho animado Homer Simpson. Diante de tantas condutas inapropriadas, declarações esdrúxulas e projetos de conteúdo lastimável, acredito que ele não tardaria em expressar o que eu acho que fica martelando diariamente na cabeça de nossos governantes: “por que que coisas que só acontecem com gente burra ficam acontecendo comigo?”.

Égua Astronauta

"A culpa é minha eu coloco ela em quem eu quiser"
                                                          Homer Simpson








quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Já nos demos conta?

Já nos demos conta que sem amor, não se cuida de nada?

Parece provocação, mas... esse amor anunciado em plaquinhas, latões de lixo ou onde se pode credenciar o aviso, não deveria ser o nosso? O copinho de plástico ali no chão da praça está desgarrado das inúmeras garrafas, "secadas" com certa regularidade sobre os canteiros públicos e ali abandonadas.

Já nos demos conta também que faz pouca diferença se o BBB é um programa imbecil, se Belo Monte vai guela baixo do Xingu e tribos indígenas, mesmo com tantos protestos na mídia; que governo ruim continua tocando em frente; que a fonte sem água da Praça da Matriz é reduto de larvas e gusparadas?

Se não questionamos se estamos poluindo o mundo ou limpando a sujeira. Se somos ou não responsáveis pelo nosso espaço interior, da mesma forma que somos responsáveis pelo planeta. Que agindo assim percebemos a vida como um encargo ou uma luta, sem leveza, sem nenhuma naturalidade?

Não há dúvidas que a poluição do planeta é apenas um reflexo externo de uma poluição interior psíquica gerada por milhões de indivíduos inconscientes, sem a menor responsabilidade pelos espaços que trazem dentro de si.

Seja lá como for que estas afirmações sejam reflexos da verdade, pendemos ainda entre aceitar os fracassos ou avaliar os benefícios de uma grande faxina, interna e externa?

É fato que qualquer estado interior negativo é contagioso, pois a infelicidade se espalha mais rapidamente do que uma doença física. É a Lei da Ressonância.

A indiferença, em ampla expansão por entre nossos meios, tem um gosto acre doce de “REJEIÇÃO COMPARTILHADA” e é um excelente sinal de novos tempos, de novas atitudes!

A única coisa real da nossa jornada de vida, e esta é uma afirmação poderosa, será o passo que estamos dando neste exato momento. Isso é tudo que existe.

De onde vem a indiferença

Temperada a ferro e fogo

Quem guarda os portões da fábrica? (Legião Urbana)

Égua da Terra


Por entre fios e teares

A experiência da criação é tão importante quanto a da restauração. Ora precisamos criar, ora restaurar aquilo que já está pronto, porém danificado.

Vez em quando nos deparamos com imagens da realidade totalmente deterioradas, que parecem não ter solução alguma. Imagens criadas a partir da ânsia humana pelo poder, pela ganância e pela impiedade diante do seu semelhante. Daí é que começa o processo catastrófico do ''morrer aos poucos''. Nós morremos aos poucos quando negamos ao outro o que sonhamos para nós mesmos.

A tecelagem é um trabalho manual rico em sentidos e simbologias (!) Imagine a seguinte cena: uma mãe como de costume diário põe-se a tecer. Seu filho de apenas seis anos se encontra sentado em um banco baixo ao seu lado e vê a peça que está sendo criada de baixo para cima, ou seja, consegue enxergar apenas a parte feia e sem vida. Então ele resolve questionar sua mãe por qual motivo ela perdia seu tempo realizando aquele trabalho, uma vez que se ele próprio não havia gostado as outras pessoas também não haveriam de gostar. Pacientemente a mãe sorri e como que em um gesto de humildade abaixa o tear para que o filho pudesse ver a parte superior da peça, onde todas as linhas (que antes eram apenas fios ou retalhos qualquer) se encontram em harmonia formando uma imagem. O menino então sorri; em sinal de satisfação e alegria logo vai ao encontro da mãe dando-lhe um forte abraço.

Por inúmeras vezes nós somos essa criança sentada em um banco baixo. Enxergamos apenas a parte sem vida e sem sentido. Não entendemos nada. Ficamos a espera de uma explicação, talvez até de uma ação inesperada. Se não tivermos uma atitude ousada como a daquela criança, que se pôs a perguntar, poderemos ficar ali sentados por horas e horas sem compreender a situação. O questionamento não é sinônimo de desconfiança ou de descrédito, longe disso. Questionar é buscar conhecimento, buscar respostas, adquirir um sentido amplo.

A ousadia da criança fez com que a mãe percebesse que de nada lhe valheria tanta beleza representada em seu trabalho se não fosse compartilhada com alguém. Imagino a alegria estampada no rosto do menino toda vez que olhassse para a peça. Alegria de poder enxergar cores fortes e vibrantes e não mais emaranhados de linhas.

Nossa vida é assim minha gente. Temos que recolher retalhos, ou se preferir, fios de linhas que estão jogados por um canto qualquer. De imediato eles podem parecer inúteis, mas quando colocados em união se misturam formando imagens surpreendentes. Imagens capazes de modificar a visão de alguém, de estabelecer um novo sentido.

Nossa vida não teria e não terá sentido enquanto nossas atitudes permanecerem como retalhos. Nós não podemos ser comparados a retalhos. Somos muito mais que isso, somos peças já prontas e que vez ou outra precisam ser reparadas. Uma costura daqui, outra dali. Nada demais, apenas pequenos reparos para que nossa forma anterior volte ou até mesmo melhore.

Os teares não podem ser administrados por qualquer pessoa, ele exige uma técnica. Podemos aprendê-la! Assim, sempre que possível iremos tecer novas histórias para a peça principal que muitos têm mas não sabem valorizar. Tecer é muito mais do que um ofício. Pode tornar-se um lazer também, desde que o façamos de forma prazerosa. 

Comecemos nossa trama. Até o final do dia creio que a peça estará pronta. E se não sair perfeita paciência... temos muito tempo ainda para tecer, o que não podemos é nos deixar levar pelo cansaço, pois temos de tecer pelo menos uma peça a cada novo dia!

Lucas Flauzino

Texto retirado do blog de nosso companheiro Lucas

http://janelassempreabertas.blogspot.com/

Acompanhem!!!



Ninguém vai fazer nada?


Égua Malhada


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Desabafo!

A palavra VERDADE pode ter vários significados, desde “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade”, ou ainda “ser fiel às origens ou a um padrão”. Usos mais antigos significavam fidelidade, constância ou sinceridade em atos, palavras e caráter. Quem concorda sinceramente com uma frase está alegando que ela é verdadeira.

Contudo, vale também ressaltar os comentários feitos com relação ao lendário problema com a limpeza do Ribeirão Cambuí. Foi dito que na sondagem do solo, foi perfurado 46 metros até que se encontrasse solo firme. Gostaria de saber se a pessoa que fez este comentário acompanhou a sondagem ou se foi outro caso onde “disseram pra quem me disse”... muito estranho, pois segundo os próprios operários, em frente a minha casa foram “APENAS” 26 metros... sei que não é pouco, mas foi um erro de 44%, conforme dito na ultima reunião. 

Outro ponto que eu ainda não engoli, foi outro comentário de um que se diz vereador e que deveria trabalhar para o povo, defendendo os direitos e interesses da população. O mesmo teve a capacidade de soltar que “TODOS TÊM CULPA” no problema com o ribeirão. Convido-o para vir até minha casa pra tomar um café, assim eu posso mostrar que tenho um alvará emitido pela nossa prefeitura autorizando a minha obra. Tenho também, autorização do CREA, pois o mesmo fez visitas a minha casa durante a construção e não encontraram nenhuma irregularidade. Tenho também, a planta da casa assinada e aprovada pela mesma entidade. Todos estes documentos foram aprovados há dois anos e um mês. Tenho também várias fotos da Avenida D. Mariquinha antes, e claro, após a limpeza do Rio. 

Desculpe-me Sr. Paulo Roberto do Nascimento (Paulinho da Lagoa), mas eu não tenho CULPA alguma neste problema... e por favor, não tente me convencer do contrário, pois se eu soubesse do problema, com certeza não investiria anos de trabalho e muito dinheiro em minha casa naquele local. E minha vizinha então... a casa dela já tem alguns anos de construção, porém as rachaduras só resolveram aparecer nos últimos meses... realmente isso é muito estranho, mas não consigo enxergar a culpa dela também.

Tô cansado de ouvir blá blá blá.... quero ver ações e o problema resolvido.

Alexandre Borges Campos


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ensino Técnico em Maria da Fé

E quem disse que em Maria da Fé não tem oportunidades? 

No dia 01/03/2012 se dará a formatura da primeira turma do curso técnico em enfermagem da UNIPAC. São 31 alunos completando o curso, e alguns, mesmo antes de receber o diploma, já conseguiram uma colocação no mercado de trabalho. 

Trabalho e oportunidade para o nosso povo! 

Diante das constantes mudanças econômicas e sociais que nosso País tem vivido nos últimos anos, e na globalização cada vez mais crescente, profissionalizar-se deixou de ser uma escolha e passa a ser requisito. 

O mercado de trabalho exige mão de obra especializada para acompanhar o desenvolvimento e as novas necessidades do povo brasileiro, que busca cada dia mais qualidade de vida. 

Maria da Fé não esta fora desse contexto! 

Precisamos de iniciativas como essa, para que o nosso povo, também se capacite para o mercado de trabalho, e possa se inserir no quadro de progresso que acompanha o País. 

O Curso Técnico de Enfermagem promovido pela UNIPAC/FUPAC foi montado especialmente para trabalhadores que buscavam, de alguma forma, a aprendizagem e o aperfeiçoamento, com aulas de segunda-feira a sexta-feira, e estágio aos sábados e domingo, devidos aos convênios firmados com a Santa Casa de Itajubá, a Prefeitura Municipal de Itajubá, o Hospital e as PSF`s de Maria da Fé, com duração de um ano e meio. 

Novas turmas estão sendo montadas para o curso técnico de enfermagem, além de pesquisa na região, para a criação de turmas para outros tipos de cursos. 

O Centro Técnico Profissional de Maria da Fé (UNIPAC) além do apoio da Secretaria Municipal de Educação de Maria da Fé, tem também a ajuda do FIES-Técnico (MEC), que facilita o investimento do curso, que já era pequeno. 

Os interessados deverão procurar mais informações na E.M. Arlindo Zaroni das 19h às 21h, falar com a D. Magda, ou pelo email: magda_fai@yahoo.com.br.

Égua Malhada



segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

#KD a ponte do matadouro?


#KD A PONTE DO MATADOURO?

Na sequencia de obras inacabadas, que devido ao descaso dos envolvidos, foram iniciadas sem um estudo adequado do solo, e que pararam no caminho ...

Temos a ponte que fica perto do matadouro da cidade, que já algum tempo está com as obras interrompidas, e por isso tem trazido prejuízos para população, seja pelo direito de trafego reduzido, seja pela falta de sinalização referente a obra, seja pelos visíveis desmoronamentos nas casas ao lado ...

#KD a continuação da obra e a satisfação sobre os motivos de tamanho descaso?

#KD o interesse público?

#KD a transparência?

Se você tem percebido algum fato em nossa cidade que mereça ser divulgado em nosso blog, tire uma foto, e envie para a campanha #KD? pelo nosso email (opastodeeguas@gmail.com) ou publique no nosso mural no facebook.

Égua Malhada

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Câmara Municipal rejeita municipalização da 7ª série

Dessa vez a tecla SAP está vindo antes do áudio porque estive presente na reunião de ontem. Chamou-me a atenção o grande número de presentes - em boa parte servidores públicos, especialmente do bairro das Posses, juntamente com a Sra. Secretária Municipal de Cultura e Turismo. 

A reunião começou com a leitura da ata, tendo o vereador Luís Antonio Delfino (Big Boy) pedido que constasse na ata que o Prefeito lhe dirigiu palavras de baixo calão (Nota do blog: Na reunião anterior, o Sr. Prefeito utilizou a tribuna e disse para Big Boy desinfetar a boca).

O momento mais importante da reunião foi a votação do projeto de lei nº 97/2011, que cria oito cargos de professor, para lecionarem na sétima série do ensino fundamental (na prática, seria a municipalização da 7ª série).  Antes do projeto ser posto em votação, foi lido o parecer jurídico do Dr. Adailton Gomes Silva, que presta assessoria jurídica à Câmara. 

De acordo com o parecer, o Ilustre Advogado ressalta a necessidade de "um tratamento diferenciado para os profissionais do magistério em relação aos demais servidores" e que tal tratamento diferenciado deveria ocorrer através de um Plano de Carreira específico, o qual é exigido expressamente pela LDB e pela Lei do Fundeb (Lei 11.494/07 - ou seja:  faz quase cinco anos que a Lei do Fundeb é desrespeitada em nosso município).

Em seguida, o parecer menciona que os professores dos cargos já existentes recebem vencimento-base de R$ 686,84, inferior ao piso salarial nacional, de R$ 712,20, para profissionais com jornada de 24 horas.

Como se não bastasse, os novos professores, com vencimento-base de R$ 1.090,08 mensais, receberiam 59% a mais que os demais, o que feriria a Resolução nº 02/2009, do Conselho Nacional de Educação.

O projeto também pecou, conforme o parecer, por não vir acompanhado de estimativa de impacto orçamentário e financeiro, conforme exige a Lei de Responsabilidade Fiscal.


Após a leitura do parecer, o projeto foi posto de discussão.

Big Boy disse que desde o começo de seu mandado pediu para que fosse implantado o plano de carreira, mas que o projeto de lei para tal matéria depende de iniciativa do Poder Executivo.

O vereador Antonio Carlos de Oliveira (Tonho da Alface), em seguida, encaminou abaixo-assinado da população para que o projeto fosse aprovado, sendo mais de 250 assinaturas vindas do bairro do São João.

Depois foi dada a palavra ao vereador José Márcio Ribeiro, que disse que foi a Prefeitura quem tomou a iniciativa do abaixo-assinado, cujas assinaturas foram colhidas até em bar. Acusou duramente o Prefeito de manipulação e questiona sua intenção nesse projeto de lei. Alegou que há uma campanha para manchar a reputação do Ginásio e um aluno foi agredido na Escola Municipal Arlindo Zaroni, na qual há professor que sequer pode dar aulas.

Vereador Antonio da Alface, em seguida, disse que não há problema em pegar assinatura em bar e questionou José Márcio se este não pedia voto nesses lugares. 

Tomou a palavra o vereador Valdecy Boy, que disse que não é contra o Ginásio, mas que tem que se pensar no bem-estar dos alunos. Acrescentou que não havia recebido o parecer jurídico.

O vereador Jean alertou que a discussão estava sendo desvirtuada e que tinha que ser levado em consideração o parecer jurídico. Recordou ao vereador Valdecy que lhe encaminhou o parecer com antecedência. 

Logo após, o vereador Toninho Professor relembrou a luta do Pe. Juca (Joaquim Carneiro Filho, pároco de Maria da Fé entre 1958-1970 e primeiro diretor da Escola Estadual Nossa Senhora de Lourdes) para a construção do Ginásio. Recordou seu tempo de criança, no qual o sonho de todo aluno de 1ª a 4ª série era estudar no N. S. de Lourdes, no qual teve a honra de ter sido aluno e professor e que o projeto nada mais é que uma municipalização gradativa. 

Paulinho da Lagoa disse que perdeu horas de sono com relação ao projeto. Pediu desculpas à Sra. Jacqueline, pois lhe havia dado a palavra de que iria votar contra o projeto, mas que precisava seguir seu coração e votaria a favor. 

O vereador José Tarcísio Villas Boas (Ciso) manifestou sua abstenção. O vereador João Carlos estava ausente da reunião. Assim, o projeto ficou empatado em 3x3, tendo o vereador Jean desempatado, votando pela rejeição do projeto. 

Com a rejeição do projeto, a maior parte dos presentes se retirou da sala. De acordo com o que nos foi informado, boa parte dos presentes teria sido transportada num ônibus da Prefeitura, conforme foto abaixo:

Égua Vegetariana


quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Abaixo-assinado para municipalizar a 7ª série


Perguntar não ofende: Antes de municipalizar a 7ª série e contratar mais professores (esperamos que seja mediante concurso), não seria preferível dar melhores salários e condições de trabalho aos atuais professores?

Égua Vegetariana


#KD a Defesa Civil?

# KD A DEFESA CIVIL?

Mas o que é a Defesa Civil?: A Defesa Civil é o conjunto de medidas permanentes destinadas a evitar ou minimizar as consequências de eventos desastrosos, previsíveis ou imprevisíveis, além de socorrer e assistir as populações das áreas atingidas estabelecendo o bem-estar social. O trabalho da Defesa Civil se desenvolve em quatro fases: preventiva, socorro, assistencial e recuperativa.

Marienses! #KD a nossa DEFESA CIVIL?

Égua Malhada

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Comentário sobre a postagem “Suicídio nos Pintos Negreiros: 20 mortes”


Acompanhando as postagens de “O PASTO DE ÉGUAS” me interessei muito pelo que o Sr. Genésio Fernandes escreveu no post intitulado “Suicídio nos Pintos Negreiros: 20 mortes”. Apesar de o tema ser amedrontador, achei adequada a preocupação do escritor com o suicídio em seu bairro e adequada a postagem sobre o assunto. Ao ler o texto, contudo, me deparei com algumas dúvidas e mal entendidos ocorridos tanto no conteúdo escrito quanto nos comentários que se seguiram. A fim de contribuir com a discussão, dentro daquilo que a mim for possível, eu gostaria de complementar o que foi escrito e entendido por aqueles que também se interessaram pelo assunto. Assim sendo, eu gostaria de dizer o seguinte:

O suicido não é um ato incomum. Da mesma forma ele não é um evento aleatório ou sem finalidade. O auto-extermínio tem por objetivo alívio ou escape de um sofrimento insuportável. Há algumas variantes com objetivos menos comuns em relação ao que estamos acostumados, como, por exemplo, o sutte no qual viúvas indianas se atiravam nas fogueiras que queimavam os corpos de seus falecidos maridos ou o harakiri (“faca na barriga”) executado por guerreiros samurais para recuperar a honra pessoal.

O suicídio é muito estudado, mas ainda existe a necessidade de estudos adicionais, inclusive epidemiológicos (e no Brasil). E é justamente esse tipo de estudo que o autor sugere segundo minha interpretação. Para ilustrar a importância da realização das pesquisas sobre o tema, farei uso no presente texto de muitas informações obtidas em trabalhos realizados nos EUA (os estudos brasileiros são escassos).

Para simplificar minha análise, vou elencar 10 pontos que podem ter gerado dúvidas:

1. estatísticas: estima-se que cerca de 1.000 pessoas cometam suicídio diariamente no mundo. Nos EUA, são cerca de 80 por dia (quase 30.000 por ano).

2. suicídio x intoxicação: são coisas diferentes, mas há uma pequena sobreposição. A intoxicação tem 3 tipos de motivação (1) homicídio, (2) suicídio e (3) acidente. É importante não confundi-las. As relacionadas a suicídio e acidente (confundidas no texto) são diferentes. Quem se intoxica intencionalmente entra tanto nas estatísticas de intoxicação quanto nas de suicídio. Mas as intoxicações por acidente (ex: exposição no ambiente de trabalho) não são consideradas suicídio. Outro ponto importante é diferenciar intoxicações agudas e crônicas por agrotóxicos. As causadas por organofosforados (classe muito usada e principal responsável por intoxicações e mortes) causa, entre outros, salivação, falta de ar, dor abdominal, extremidades frias, alterações da visão e das pupilas e morte (diretamente pelo agrotóxico). Já as intoxicações crônicas são pouco estudadas (não por falta de vontade, mas pelas dificuldades de se realizar estudos confiáveis). Suspeita-se que uma das conseqüências das intoxicações crônicas sejam as alterações psíquicas. Algumas dessas condições estão relacionadas ao suicídio, como depressão, distúrbios do comportamento e perda de capacidade cognitiva (memória, atenção, raciocínio, etc). Assim, o ato de auto-extermínio teria o agrotóxico como um fator causal indireto.

3. Estão associados ao suicido: vício (álcool, drogas legais e ilegais), necessidades insatisfeitas, desespero, desamparo, conflito entre sobrevivência e estresse insuportável, estreitamento das opções de enfrentamento percebidas pela pessoa e necessidade de escape.

4. Depressão e alcoolismo: diferentes estudos nos EUA mostraram que depressão e alcoolismo são fatores de risco importantes. Predispõem ao suicido doenças, principalmente psiquiátricas (mais de 90% dos que se matam tem algum transtorno mental), mas também doenças não-psiquiátricas (que causam muita dor, limitação ou frustrações) e alcoolismo (cerca de 30%). Considerando vários estudos juntos, concluiu-se que 70% das vítimas sofriam de depressão e/ou eram alcoólatras.

5. causas: (1) abaixo dos 30 anos de idade: uso de drogas e personalidade anti-social (é uma “doença” da personalidade) associados a fatores estressores (separação, rejeição, desemprego e problemas legais). (2) acima dos 30 anos de idade: distúrbios do humor e orgânicos (ex: depressão, câncer) associados a fatores estressores (doenças adicionais).

6. origens genéticas do suicídio: existem genes relacionados a desordens do humor (ex: depressão, transtorno de humor bipolar), esquizofrenia e alcoolismo (e que por isso estariam relacionados com suicídio). Discute-se a possibilidade de existir um fator genético isolado, como por exemplo, um gene para a impulsividade.

7. Tentativas de suicídio x suicídio: são bem diferentes, já que nem todos aqueles que tentam suicídio querem morrer. Estima-se que cerca de 10% das pessoas que tentam suicídio realmente conseguirão se suicidar em um prazo de 10 anos.

8. Fatores predisponentes: são fatores que certamente predispõem o auto-extermínio o abuso de drogas e álcool, comportamento anti-social, transtornos psiquiátricos e personalidade impulsiva. Fatores precipitantes: separação, fim de um romance, desemprego, luto e rejeição. Observação 1: relações sociais mais estreitas (casamentos, amigos, igreja) reduzem o risco de suicídio. Observação 2: há uma boa chance de a pessoa tentar suicídio quando fatores predisponentes (que já acontecem há muito tempo) se associam a fatores precipitantes (eventos agudos).

9. Sinais de alerta: (1) pensamentos, intenções, planos e tentativas suicidas, (2) ausência de planos para o futuro, (3) a pessoa desfaz-se de bens pessoais ou faz um testamento, (4) histórico de doenças psiquiátricas e (5) sintomas de depressão.

10. Altitude: não encontrei qualquer referência de associação entre altitude e suicídio (não quer dizer que não exista). O ideal seria comparar as taxas de suicídio em cidades de grandes altitudes com aquelas ao nível do mar ou abaixo dele.

O Sr. Genésio Fernandes, tem razão em querer propor um estudo sobre o suicídio nos bairros rurais, mas pode ser que a taxa de suicídio nos Pintos Negreiros (ou em outros bairros) seja a mesma da população geral (brasileira ou mundial) ou igual a da população da zona urbana de Maria da Fé. Precisamos saber qual é a prevalência (um tipo de proporção) de suicídios dentro da população do bairro citado e qual o período de tempo no qual eles ocorreram. Concordo também que deve haver um esforço para que haja acesso fácil aos serviços de saúde, inclusive os de saúde mental, pois o suicídio pode ser evitado tratando-se seus fatores predisponentes. Outra questão é a da intoxicação por agrotóxicos. Esse mal contribui de forma negativa para o país, pois reduz os anos de vida-útil dos trabalhadores e onera o SUS devido às doenças que advêm desse mal.

Parabéns Sr. Genésio, pela coragem, inovação, preocupação com o próximo e senso de utilidade. Isso é cidadania.

As informações contidas nesta postagem tiveram como principal fonte bibliográfica o livro “Compêndio de Psiquiatria: Ciências do Comportamento e Psiquiatria Clínica. Kaplan, H. I.”

Égua Astronauta 

Quadro de Vicent van Gogh "O Café Terrace na Place du Forum" (1888).
Pintor genial, van Gogh teria cometido suicídio.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Zé Diogo ou O Coisa

Dizem, sem mentira nenhuma. Ele surgia, babante, troncho e cheio de dentes, nas noites de lua cheia: botava medo no ar e esbaforia a animalada a galope desesperado noite adentro.

Naquele tempo, a Barra era um grande chiqueirão comunitário. Acho que foi uma experiência comunista sem que ninguém conhecesse, ainda, o sentido dessa palavra. Se fosse um pouco mais tarde, certamente os militares teriam prendido, encarcerado e matado todos os pobres lavradores, por suspeitas de serem, assim, unha e carne com o pessoal da China e da Rússia. 

Não há mais quem possa esclarecer sobre a origem da idéia do chiqueirão comunitário e nem sobre como ele foi surgindo. Da China, da Rússia ou do Araguaia, ela não pode ter vindo. 

Não há textos e nem mapas do chiqueirão. Hoje, temos somente os sinais do traçado de seus contornos, por meio das valetas que ainda restam cobertas de mato e de pastagens. O chiqueirão era formado por pedaços de terra de cada morador, formando um vasto espaço para uso da comunidade, dentro da qual viviam lavradores, porcos, cabras, galinhas, patos, burros e uma imensidão de pássaros cujo vôo trovejava e encobria a copada das árvores. 

Assim, a fartura existia demoradamente. A passarada comia dos porcos e dos chiqueiros e todos tinham carne e toucinho o ano inteiro. As prendas não paravam de ir e vir pelas estradas, de uma casa para outra, sempre que matavam porco. Era comum um menino cruzar com outro na estrada, cada um levando, dentro de dois pratos emborcados e amarrados com alvos panos brancos, os mais saborosos nacos de carne: “minha mãe mandou pra senhora”. 

Foi nesse tempo – ou bem antes - que apareceu o Zé Diogo, uma criatura indefinida, meio porco, meio cão, meio gente agoniada e raivosa, rosnando e babando sangue nas noites de lua cheia. 

Nesse tempo, plantava-se muito fumo pelas encostas e grotas. O fumo era colhido, secado e amontoado nas salas e quartos. Depois, vinham as noites de “distala” de fumo. Distalava-se fumo até de madrugada e com frio de doer nos ossos. 

Às horas mortas, cada um voltava para casa, encolhidos, esfregando as mãos geladas, proseando e contando causos. 

Mesmo os mais descrentes nas histórias de alma de outro mundo e de assombrações, mesmo eles não deixavam de ter algum medo, quando se falava do tal Zé Diogo. Diziam que o cabelo arrepiava e coisas mais. 

Meu pai não acreditava em nada disso, mas contava coisas, para ele, sem explicação. Uma delas era o caso da inquietude pavorosa do bando de burros e de cavalos que transitava no chiqueirão de porco. Em certas noites, os animais corriam sem parar, indo e vindo da casa do tio Dito Pereira até a Barrinha, bufando, apavorados, como se alguma coisa os perseguisse pelo vento. Diziam que era o Zé Diogo. 

Meu pai duvidava da existência desse coisa penumbroso - alma penada ou o que fosse, cujo rancor rosnado era de breu, das profundas horas de agonia e perdição – mas também não podia explicar a aflição da animalada em pavorosa noite adentro. 

Quando isso acontecia, no outro dia os animais ficavam sempre juntos em um canto do pasto, ariscos, trocando as orelhas e, muitas vezes, com sal no peito: suor da galopagem noturna, na fuga do que não se sabia o que ou quem. 

Sabemos que isso são invencionices de um povo invencioneiro. Mas para que essas histórias de dar medo? 

Acho que é para treinar a coragem de enfrentar – não as feras e as assombrações – mas o homem mesmo - quando ele sobe ao poder e perde o sentido da ética e do zelo pelo bem comum. 

Genésio Fernandes
(Texto e imagem)

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Alerta de Tempestades



Segundo os meteorologistas, a partir de sexta-feira, toda aquela água que está caindo no Norte de Minas, passará a cair por aqui, em nossa região. Sabemos que existe um caos instalado em nossa cidade, sabemos que pessoas estão sofrendo por causa disso. Muitos estão postando, reclamando, relatando, expondo uma situação caótica que não tem razão de ser numa cidade tão pequena como Maria da Fé. Isso retrata a imagem fiel do que não devemos fazer na administração pública.

Agora duas perguntas: Como será que dormem as famílias que já foram e que serão atingidas, certamente, por estas tempestades que se anunciam? O que já foi ou está sendo feito para impedir mais essa desgraça anunciada? Ficar ali, na beira da calçada, olhando o rio subir...

Nossos bueiros estão desentupidos? TODAS as nossas ruas estão limpas, sem entulhos que possam entupir os cursos d’agua, ou apenas aquelas ruas centrais por onde passam a elite mariense e alguns parcos turistas que se perdem por aqui?

Perder uma carteira, um brinco, uma moeda já nos deixa frustrado. Imagine você, dentro da sua casa, a água subindo rapidamente e você ver sua geladeira, seu fogão, sua TV (que ainda paga a prestação), a sua cama... TUDO se perdendo? Imagine a sua CASA rachando e caindo aos pedaços na sua frente e você ali... Impotente... Sem poder fazer NADA a não ser chorar.

Isso é uma coisa muito séria!

Será que as pessoas que serão atingidas pelas próximas tempestades já receberam a ajuda antecipada para retirar seus bens, preventivamente, claro, a fim de não perder TUDO? Ainda dá tempo para se fazer algo. Se não dá para consertar o problema de imediato, que se tomem medidas emergenciais. Nem adianta depois falar que não ofereceu ajuda antes porque sabia que as pessoas não aceitariam. Pelo menos já tentou oferecer? Já avisou os possíveis atingidos dos perigos?

Não adianta nada depois do acontecido aparecer por aqui o carro da defesa civil pra ficar olhando tragédia, mesmo porque ela estará muito ocupada com os estragos que vão ocorrer nas cidades vizinhas, de onde possivelmente virá depois de resolver por lá os problemas.

Esta faltando comprometimento com o trabalho assumido. TODAS as pessoas que estão envolvidas, ou que possivelmente se envolverão, com os fatos que podem acontecer devem estar em alerta máximo. A vida humana não pode ser reposta. Não é possível apagar traumas vividos. Por mais que tentem os psicólogos eles vão permanecer, sempre haverá aquele medo, aquela dor.

Nessas coisas é que se deve pensar quando vamos escolher um representante nas urnas, não nos "favores" que nos fazem, que de favor não tem nada e sim obrigação, mas na capacidade de gerir esses problemas usando sua inteligencia a favor daqueles para quem se foi contratado para trabalhar, a população.

Durmo à noite e muitos pensamentos vêm à minha cabeça. Obrigado meu Deus, por não estar nessa situação. Nem daqueles que sofrem tais ameaças e muito menos daqueles que podem evitar tudo isso e não o fazem, por orgulho, burocracia, incompetência ou ganância.

Que Deus me livre de ter uma consciência pesada, ou, pior ainda, não ter peso nenhum sobre ela, porque muito pior do que ter uma consciência pesada é não ter consciência.

Mais sobre as chuvas na região

Égua Signata

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

#KD o relógio?


A campanha continua ...

Se você ta sentindo falta de alguma coisa na nossa cidade, envie uma foto que evidencie essas necessidades, para nosso email: opastodeeguas@gmail.com, ou publique no nosso mural no facebook.

Seja CIDADÃO, vamos fiscalizar os tratos da nossa cidade!

Égua Malhada

Edital para contratação de apostilas do Anglo


Perguntar não ofende: é muito difícil colocar o "edital e seus anexos" no mural da Prefeitura e também no seu site?

Égua Vegetariana

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Campanha #KD?


O Blog  Pasto de Éguas começa a campanha: #KD?

#KD a sinalização?
#KD a transparência?
#KD as respostas?
#KD as soluções?

#KD O RESPEITO AO CIDADÃO MARIENSE?

Se você ta sentindo falta de alguma coisa na nossa cidade, envie uma foto que evidencie essas necessidades, para nosso email: opastodeeguas@gmail.com, ou publique no nosso mural no facebook.

Vamos divulgar o que precisa ser corrigido imediatamente para evitarmos uma tragédia!


Égua Malhada

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Irresponsabilidade = Tragédia

As festas e as comemorações, embora embacem, não conseguem esconder aquilo que ta “na cara”, que revolta, que causa repúdio.

No domingo dia 01/01/2012, uma tragédia traduz aquilo que já estava anunciado.

Um veículo Fiat Palio de Itajubá CAPOTOU na Av. Dona Mariquinha Vilela, exatamente onde o solo está desnivelado devido à irresponsabilidade no trato do desassoreamento do Ribeirão Cambuí, no mesmo local onde a imprensa regional alertou dos perigos e a população reclamou das autoridades soluções imediatas para o problema.

O conjunto das circunstâncias como festas e direção irresponsável poderia justificar a triste cena que inaugurou 2012. Mas também não é  possível ignorar a responsabilidade da Administração Pública Municipal na sinalização e na orientação dos visitantes ao município que não conhecem o quadro deplorável que se encontra as margens do Ribeirão.

Que esse seja a única tragédia mais grave a assombrar a imperícia e irresponsabilidade que nortearam as obras nas margens do Ribeirão, porém, infelizmente, a lógica nos leva a crer que: se nada for feito de imediato, esse ocorrido será o primeiro de muitas outros possíveis.

A estação das chuvas chegou!

Vamos rezar e cobrar das autoridades locais o respeito a nossa segurança.

Égua Malhada