segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Oliveiras de Maria da Fé (Folha de São Paulo)

Oliveira, Azeite, Oliveira, Azeite ...

Essas palavras não saem do nosso vocabulário, principalmente quando queremos, na presença de uma pessoa de fora da cidade, descrever o quão bom nossa cidade é por produzir o primeiro azeite genuinamente brasileiro.

Mas não nos enganemos, Maria da Fé não é a única cidade do país a produzir essa especiaria, o Sul do nosso país também vem, a algum tempo, se dedicando ao assunto.


Em um mercado 100% importado, um produto anteriormente internacional pode ter, possivelmente, uma boa aceitação no mercado nacional.

Mas uma dúvida que me vem, e que ainda não consegui encontrar uma resposta, é: Maria da Fé tem se preocupado nas perspectiva do mercado futuro, de industrialização, e venda dessa nossa "pérola" a níveis nacionais e internacionais?

Ouço falar muito de produtores com várias mudas da planta, da Epamig no processo de estudo e desenvolvimento da planta, mas ainda*, não percebi a intenção de "lapidar" esse produto as necessidades de mercado.

Cabe frisar o quão importante esse produto pode ser para nossa cidade, além de continuar garantindo o "status" turístico de "cidade das oliveiras", pode ser, sem sombra de dúvidas, uma, mas não a única, das oportunidades de ascensão economica da cidade, no gerar de empregos e renda.

Impossível ? Um passo demasiado grande para os nossos pés ?

CERTAMENTE NÃO!

Temos condições de melhorar o comércio e produção da oliveira e seus derivados, e se ainda não temos meios técnicos e o conhecimento específico ideal, porque não buscar ajuda e "trocar figurinhas" com nossos compatriotas do Sul?

Quem não sabe, perguta!

Não vamos cair nos mesmos erros do passado, a crise da batata tem que nos servir nesse sentido: evitar os erros já comprovados de fracasso.

Abaixo reportagem do jornal Folha de São Paulo.

* (Obs: faço uma ressalva, caso meu conhecimento esteja ultrapassado, coloco o blog a disposição de qualquer pessoa que queira melhor detalhar as informações desse post, email: opastodeeguas@gmail.com)
15/09/2011

Brasil tem o primeiro azeite extraído e envasado no país

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LUISA FECAROTTA
ENVIADA ESPECIAL A MARIA DA FÉ (MG)

Desde o Brasil colonial surgem oliveiras esparsas aqui e acolá, em pomares cultivados por imigrantes portugueses e espanhóis. Mas, só agora, séculos depois, chega ao mercado o primeiro exemplar de azeite brasileiro.

Foi numa pequena propriedade rural, em Cachoeira do Sul, no Rio Grande do Sul, que o Olivas do Sul foi gerado e, depois de cinco anos de experimentações, alcança as gôndolas da Casa Santa Luzia (SP) e da rede de supermercados Zona Sul (RJ).

Em Estados como Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina despontam ações similares, concentradas por órgãos públicos de pesquisa agropecuária, de apoio e incentivo a tecnologias agrícolas, e por empreendimentos de pequenos produtores.

São iniciativas como a da fazenda Maria da Fé, em Minas, que ajudam a quebrar o mito de que o Brasil não tem solo nem clima propícios para essa cultura, como os da região do Mediterrâneo. Ali se faz experimentos com material genético vivo, de oliveiras do mundo inteiro.

Dos testes, já surgiram oito variedades genuinamente brasileiras quatro já registradas no Ministério da Agricultura como patrimônio do Brasil, no final de 2010.

Basta que se crie bom cenário para o cultivo das oliveiras para que o azeite deslanche. Isso inclui adubação adequada e solos drenados com pequenas elevações que permitem que a água da chuva, mais abundante no Brasil, escoe.

Mais determinante ainda é o clima: é preciso ter um longo período de frio para que as oliveiras floresçam, se polinizem e deem frutos. Essas condições já foram alcançadas.

Existem entraves: maquinários caros (importados); terrenos com declives --que exigem colheita manual dispendiosa e lenta (aquela que lembra a apanha de antigamente em países como a Espanha, registrada nos escritos do cineasta Luis Buñuel: homens trepados em escadas golpeando os galhos das oliveiras, mulheres as coletando, no chão).

Os preços também são elevados pagam-se R$ 36,90 por 500 ml do Olivas do Sul, na Casa Santa Luzia, por exemplo, valor próximo do que se paga num azeite mediano português.

Mas, de um país 100% importador, durante toda a sua história, hoje o Brasil pode atender a 1% da demanda do consumo interno. Para o pesquisador Nilton Caetano, da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas, se for mantido o crescimento linear que o setor apontou nesta última década, o Brasil poderá suprir a demanda interna em até 20 anos.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/comida/975420-brasil-tem-o-primeiro-azeite-extraido-e-envasado-no-pais.shtml


Jeferson Ferreira (Égua Malhada)